23.9.08

Agora não quero rimas, já que a vida, em seus pequenos capítulos, não repete no final de seus versos o mesmo som. Começo, portanto, a falar dos finais divergentes, opostos, múltiplos. O que poderia ter sido, mas não foi. Será que nos damos conta de quantas conclusões pode ter um único momento? E que só escolhemos uma dentre infinitas possibilidades? Vamos moldando a nossa forma, ou fôrma, e de repente, quando alguma coisa não cai bem, pensamos: "Puxa! Podia ser de outro jeito." Só que sempre é do jeito que a gente escolhe. É só prestar atenção. Construímos esses caminhos sem vivenciá-los de verdade, seja pela pressa com que passamos pelos dias, seja pela falta de cuidado. E depois, resta a sensação de que uma armadilha, engendrada por um ser metafísico, que passa seu tempo se divertindo às gargalhadas com pequenos castigos, caiu sobre nós. Ilusões que insistimos em repetir. Somos responsáveis pelas escolhas que fazemos, NÓS escolhemos. E dessas escolhas nascem nossas histórias, diversas, únicas e de algum modo, belas, de finais os mais variados, porém com verso final de mesmo som, a rima final única. A grande contradição.