16.3.09

me pego nesses pensamentos
líquidos
a vida que não conseguimos segurar
será que devo fazer força
até cravar as unhas nas palmas das minhas mãos
para tentar prendê-la?
agora, por mais tempo, só mais um pouquinho
ou será que devo abrir definitivamente as mãos
e de braços abertos recebê-la
com toda a intensidade
nos meus pontos mais fundamentais:
coração e mente?
não sei, tenho medo
pavor dessa continuidade
infinita?
finita?
que ela carrega em si
ela segue enamorada do tempo
que dia-a-dia deixa marcas
nada sobrevive a ele
apenas ele mesmo em sua viagem eterna
mas o que somos senão sua presença?